Faz tempo que não utilizo meu senso de humor ácido – uma das principais características que compõem minha personalidade – para provocar reflexões e derrubar determinados tabus e paradigmas que cercam o tema “deficiências”.

Então vamos lá, pois hoje acordei inspirado!

A seguir, algumas aventuras e desventuras de um cadeirante tetra traduzidas em 12 situações atípicas, inusitadas e/ou bizarras (No caso, EU, que, contrariando os achismos, tenho a sensibilidade física normal, ou seja, 100% preservada, ou seja, sinto tudo, inclusive cócegas, desejo e ódio!).

1. Aguentar picadas de insetos em lugares inalcançáveis (OPS! Qualquer lugar do meu corpo é inalcançável para mim… kkkkkk);

2. Ter coceira no nariz perto de pessoas estranhas (pra ser sincero, coceira no # é muito pior!). Tem outra na mesma categoria: Pegar uma gripe e ficar com o nariz escorrendo perto de pessoas estranhas; 

3. (Esta poderia entrar na série “Flertando com a morte”): Chupar um bacon – daqueles bitelos que vem na porção de fritas com catupiry – até ele ficar seco e completamente desidratado. Motivo: tenho medo de engolir e morrer engasgado no meio da lanchonete em pleno sábado à noite (Aff!!); 

4. Atravessar uma fila e receber atendimento prioritário. (Até aqui OK). De repente, percebo que sou alvo de olhares “carinhosos” (SQN) de pessoas “sensíveis” (SQN2) que certamente consideram a referida lei como um privilégio para pcd’s. (Para os desinformados, é só pesquisar no Google: Lei 10.048/00);

5. Pedir para alguém matar o pernilongo que está picando sua perna direita como se não houvesse o amanhã, e este mesmo alguém dá vários tapas na perna esquerda, enquanto estou gritando: – É A OUTRA! É A OUTRA! É A OUTRA PERNA, KRAIOOOOO!

6. Ficar com uma azeitona enroscada entre a bochecha e os dentes em uma festa de gente chique e não poder pedir para minha esposa enfiar o dedo para arrancá-la, porque (graças a Lei de Murphy) várias pessoas chiques se aproximam de mim para conversar… durante horas;  

(Os três próximos tópicos também poderiam entrar na série “Só porque sou cadeirudo”) 

7. Sentar em frente à minha casa no final de uma tarde quente, só para me refrescar. Em meia hora, duas pessoas passam por mim, me olham sorrindo e me perguntam: – Tá tomando um arzinho, tá? (PQP! Como isso me irrita! Não tem assunto? Fala ‘boa tarde’ e vai embora!);

8. Namorar em uma praça super movimentada, como qualquer outro casal convencional, e receber esmola de uma senhorinha simpática e solidária. (Nota 1: Este lugar pitoresco foi, por muitos anos, o point de sábado à noite da pequena e pacata cidade de Amparo/SP. Nota 2: Minha namorada, hoje esposa, ficou emocionada e chorou. Nota 3: Ganhei só 50 centavos.);

9. Na mesma praça: Ser abraçado intensamente por um bêbado babão durante infinitos dois minutos e quase morrer sufocado com o odor da 51. (Cara! Isso é soda!);

(AVISO IMPORTANTE: SE VOCÊ FOR SENSÍVEL E NÃO CURTE ESCATOLOGIA, PARE POR AQUI!!)

10. Ter uma vontade monstruosa de fazer xixi em estabelecimentos que não tem banheiros adaptados, inclusive bares e afins (“Aaaah! Mas tem muitos cadeirantes na cidade? É que o investimento para fazer um banheiro adaptado é alto.” – Meu… VTNC!);

11. Na mesma festa chique citada acima: Segurar um pum no momento em que várias pessoas chiques estão conversando comigo. (Esqueceu que eu não posso nem sair de perto delas e peidar discretamente no cantinho da sala ou na porta com o bumbum virado a favor do vento?);

(ATENÇÃO! ESTA É A PIOR DE TODAS!

12. Sentir uma ebulição intestinal (sabendo que é um prenúncio de piriri) dentro da Kombi cheia de amigos e com os vidros fechados devido uma chuva iminente. Detalhe crucial: a alguns quilômetros de distância de minha casa. (Lembrando que ‘quem anda faz cocô em qualquer lugar’. Não faz?).

……..

Observação: Esta não é uma obra de ficção e qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real não terá sido mera coincidência, pois todas as experiências relatadas aconteceram comigo!

Observação 2: Eu adoro usar (parênteses) em meus textos.

Pai de Rodinhas

A vida é da cor que a gente a pinta.

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