2014 – Nesse ano, um episódio se destacou para nós, e não foi a Copa do Mundo que acontecia no Brasil e nem as manifestações populares que agitavam as ruas do país! Foi uma experiência única e emocionante que aconteceu em nosso micro-universo no dia 24 de maio.
Por volta das 13h, Lavínia me proporcionou o segundo momento mais marcante desde sua chegada, perdendo apenas para a ocasião em que ela andou pela primeira vez.
Eu fui o último a almoçar naquele dia. Quando Elis trouxe meu prato e o colocou sobre a mesa, a baixinha veio correndo e gritando:
– Hoje eu vou dar comida para o papai!
Surpresos e quietos, observamos seus próximos passos. Ela foi até a cozinha, pegou um avental que era da vovó Maria e o pendurou no meu pescoço, que serviu de babador gigante. Depois, puxou uma cadeira e sentou-se ao meu lado, começando, então, a delicada operação. Na primeira colherada ela já fez graça, pedindo-me para abrir a boca e fechar os olhos, dizendo-me em seguida:
– Papai, olha o aviãozinho! Uooooonnnnn!
Graças à minha emoção diante daquela sua iniciativa espontânea, que foi simples, porém muito significativa para mim, a fome desapareceu imediatamente. Mas, continuei ali, firme, obedecendo a minha mais nova cuidadora e curtindo aquele momento maravilhoso.
Sobre seu desempenho nesta inédita tarefa, o balanço foi o seguinte: da comida que se encontrava no prato, aproximadamente 70% chegou ao seu destino (minha boca); o restante caiu no avental. Considerando que foi sua primeira vez, o resultado foi ótimo!
Passei o resto do dia embriagado de felicidade com o ocorrido e, à noite, precisei expressar meu sentimento por meio de um texto, o qual compartilhei com alguns amigos por e-mail e publiquei no Facebook, juntamente com as fotos que Elis havia tirado. Eu sou assim, quando estou feliz, quero contar pra todo mundo!
A vida é mesmo surpreendente! Desde a infância até a adolescência eu me alimentava sozinho. Aos poucos, comecei a ser alimentado pela minha mãe ou, na ausência dela, pela minha avó… às vezes, minha tia também me ajudava. Depois, nos embalos de sábado à noite, nos bares da vida, era alimentado pelos meus amigos e amigas. Hoje, sou alimentado pela minha esposa e, na sua ausência, pelo meu pai.
Todas essas pessoas foram e sempre serão muito especiais para mim. Não porque elas garantiram e garantem minha sobrevivência física, mas por simplesmente amá-las! Infelizmente, algumas partiram antes que eu expressasse verbalmente o quanto eu as amava e sempre fui grato por tudo o que elas fizeram por mim!
Depois de ter vivenciado tantas demonstrações de amor, carinho e dedicação, eu me pergunto: Como (e para quem) posso retribuir tudo o que recebo? Talvez, o trabalho voluntário que desenvolvo há anos seja uma das respostas.
A vida sempre me reservou grandes surpresas e hoje posso retribuir, através da minha filha, tudo o que o universo já me ofereceu, amando e cuidando dela. Assim, expresso diariamente toda minha gratidão, muitas vezes contida no passado.
Como se não bastassem tantas emoções já vivenciadas, Lavínia nos demonstra constantemente que amar realmente consiste em cuidar, com atitudes simples e espontâneas. Ser alimentado por ela naquele dia foi a mais pura expressão de amor e um presente da vida!
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