DIÁLOGOS (Parte I): OUVINDO A MINHA CRIANÇA INTERIOR

 

Oi! Tudo bem com você?

Entendo… às vezes sim, às vezes não. Saiba que isso é normal, tá?!?

Viu… eu quero te falar algumas coisas. Pode ser? Então vamos lá:

Pra começar, não sei como você avalia a sua existência até o momento. Eu dou nota 8,5, e não questione meus critérios, por favor. Como qualquer outra pessoa, você cometeu erros e acertos. No entanto, o “placar geral” indica que você se deu bem, pelo menos até aqui. E o mais importante: você aprendeu com as tentativas.

Eu sabia que você era forte e resiliente, mas nem tanto. Acompanhei todos os seus esforços e sacrifícios, e, sinceramente, não imaginei que chegaria tão longe, nem em relação às suas conquistas e muito menos em relação à sua idade. Aliás, tenho muito orgulho de você… sabia? Por vários motivos, entre eles, pela sua capacidade em se adaptar a cada nova realidade e a cada novo desafio; pelo seu poder de sonhar, que é um de seus diferenciais; pela compra de sua tão sonhada casa, que você e sua esposa ainda se esforçam para quitar; e – por que não? – pela aquisição da Vanderléia, sua querida Kombi.

Porém, o que mais me orgulha são suas vitórias no campo psicológico, bem como nas relações sociais e pessoais que você construiu, atraindo seres humanos incríveis ao seu redor. O círculo de amigos que você cativou é um exemplo disso!

E qual é a sua maior felicidade? E o seu “tesouro” mais valioso? A resposta é uma só: a família que você concebeu. E falando sobre a jornada que aproximou estas três almas, você e sua esposa não se conheceram por mera casualidade, e nem sua filha é simplesmente fruto do acaso. Você sabe que, por trás dessa linda história de amor, existe uma grande força desconhecida (por enquanto) que a conduz.

Agora, quero me desculpar por alguns sentimentos e crenças que plantei em sua cabeça no início de sua jornada, entre eles, alguns medos que perduraram por muito tempo e atrapalharam a sua trajetória. Você me perdoa?

Mudando de assunto… Se você achou que eu não lhe daria uns puxões de orelha e não iria lhe pedir nada, você estava enganado! Ao meu ver, estas características ainda lhe prejudicam: você ainda não aprendeu a dizer ‘não’; você carece se desprender das “coisas” que você gosta; refiro-me igualmente sobre a necessidade urgente do desapego, inclusive das pessoas que você ama, pois você é consciente de que tudo é transitório; você também precisa abdicar desta sua mania de perfeccionismo e de achar que tudo está sob seu controle; e pare de ter grandes expectativas a cada recomeço. Parece eu, pôô!!

Meus pedidos: continue brincando com sua filha e rindo à toa (falando nisso, adoro quando você ri de sua própria desgraça); nunca perca sua irreverência e esta sua ingenuidade, que se apresenta em muitas circunstâncias; jamais abandone seu jeito prático e otimista, principalmente quando você lida com problemas e enfrenta obstáculos; e nem o jeito simples e irônico como você administra certas situações, que a maioria vê como sérias e difíceis.

Hora do alerta! Espero que não seja necessário lhe dizer o quanto é importante você agradecer, diariamente. Segue algumas dicas para a prática da gratidão… anota aí: primeiro pela sua vida e pelo seu corpo, por mais frágil e fraco que esteja; em seguida, pela sua família, de hoje e de ontem, especialmente seu pai e sua mãe, pois eles foram os principais responsáveis pela construção de seus alicerces morais e emocionais, cada um do seu jeito, errando e acertando, contudo, sempre cuidando e amando; depois, agradeça pelas pessoas que cruzaram o seu caminho, tanto aquelas que ainda se encontram ao seu lado, como as que tomaram outros rumos; por último, seja grato pelas suas conquistas, vitórias, oportunidades e experiências vividas, até pelas mais doídas.

Enfim Serjão, parabéns pela história que você escreveu! Mas, cuidado para não estragar o último capítulo, heim!?! (hehehe) E finalizando pra valer: sabe o que me deixa feliz? É saber que você ainda me mantém vivo dentro de você! E o melhor… você me dá atenção!

Muito, muito, obrigado, por tudo o que você fez e pelo adulto que você se tornou! E obrigado também por ter realizado grande parte dos meus sonhos! 

Pai de Rodinhas

A vida é da cor que a gente a pinta.

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